Principal alvo de operação contra adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro foi preso em hotel de luxo na Bahia
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Operação conjunta de polícias da BA, SP e RJ prende nove pessoas no estado
O principal alvo da operação policial deflagrada nesta quinta-feira (16), contra adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro, foi preso em hotel de luxo na Bahia. O estabelecimento fica na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, um dos principais destinos turísticos do estado.
Jailson Couto Ribeiro, conhecido como "Jau", tem 57 anos, é empresário do ramo de postos de combustíveis e foi duas vezes candidato a prefeito de Iaçu, cidade natal dele. As candidaturas aconteceram nos anos de 2020 e 2024.
Nas redes sociais, o baiano ostentava viagens de luxo, com a companheira. Entre os destinos internacionais, estão Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes e Espanha. No Brasil, além de passeios pela Bahia, ele esteve no Ceará e Rio de Janeiro.
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Em 2022, Jau também apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União Brasil), que foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (14).
Jailson Couto Ribeiro ostentava viagens internacionais
Reprodução/Redes Sociais
Além do empresário, outras oito pessoas foram presas durante a "Operação Primus". Destas, seis na Bahia, uma no Rio de Janeiro (RJ) e outra em São Paulo (SP).
Em Feira de Santana, foram presos Wesley Márcio Duda, Gilvan Couto Ribeiro, Diego do Carmo Santana Ribeiro e Pedro Henrique Ramos Ribeiro. No Rio, foi o Israel Ribeiro Filho, e, em Sõ Paulo, Mário Kadow Nogueira. A as identidades dos demais alvos alcançados na Bahia não foram identificadas.
Em entrevista à TV Subaé, afiliada da Rede Bahia na região, o advogado Joari Wagner, que defende quatro dos homens presos na Bahia, informou que os clientes estão "perplexos" com a operação, e que tenta acesso aos conteúdo do processo para se posicionar.
"A gente vai se habilitar nos autos, ter acesso, verificar do que se tratar, para poder passar melhores informações. Não sabemos de nada, porque a investigação e e a decisão estão em sigilo", afirmou.
Grupo é investigado por adulteração e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis na
Polícia Civil
Em contato com o g1, o advogado não detalhou os nomes dos clientes, mas pontuou que Jau não está entre eles. A equipe de reportagem tenta, mas não conseguiu contato com a defesa do empresário, até a última atualização desta reportagem.
Segundo a Polícia Civil (PC), a ação tem como objetivo desarticular um grupo criminoso que atua no setor de combustíveis no estado. Na Bahia, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão em Feira de Santana, Salvador, Conceição do Jacuípe, Alagoinhas, Morro do Chapéu, Itaberaba e Iaçu.
Nas ações também foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores, munições e cerca de 10 veículos de alto padrão. Também são investigados 200 postos de gasolina suspeitos.
O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), responsável pelas investigações, também pediu para a Justiça o bloqueio de bens móveis e imóveis, além de valores dos investigados, totalizando R$ 6,5 bilhões.
O principal alvo, responsável pelo esquema, identificado como Jailson Couto, conhecido como "Jau", foi preso em um hotel no município de Lençóis, na Chapada Diamantina.
Reprodução/Redes Sociais
Como funcionava o esquema?
Conforme detalhou a polícia, as investigações identificaram 200 postos de combustíveis vinculados ao grupo investigado, responsável por estruturar e expandir uma complexa rede empresarial destinada à adulteração e comercialização irregular de combustíveis em território baiano.
Os elementos colhidos ao longo das apurações indicam fortes indícios de que o grupo utilizava o setor de combustíveis como instrumento para ocultação patrimonial e mantendo conexões com uma organização criminosa originária de São Paulo.
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Reprodução/Redes Sociais
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